Voltar

Bolsonaro recua?

Procure e você vai encontrar: não é a primeira vez, hoje, que você vê nos jornais as manchetes dizendo que “Bolsonaro recua e….”. para, dias depois, pasmem!, vermos o tal proferir novos absurdos, atacando diferentes poderes e instituições. Dessa vez, será diferente? Não precisa ser Valter Mercado ou Marcia Sensitiva para saber que não existe isso de “recuar”. Seria possível dizer que ele escreveu um comunicado para tentar botar panos quentes em parte dos danos daquilo que promoveu – e promove – a saber, o ataque direito às instituições. E isso, minha gente, é muito muito diferente de dizer que ele “recuou”. Recuar é um verbo que pode ter a ver com “desistir, voltar atrás” e isso, Bolsonaro não faz. Estamos a uma live de distância de ver o tal recuo se desfazer. O que temos, frequentemente, são meias palavras frouxas que enganam, pasmem novamente, o tal mercado, com resposta de disparada da bolsa de valores.

Não pode haver termômetro mais absurdo do que esse: a disparada da bolsa. Hoje ela dispara, e então ele diz grandes merdas, e ela cai, e então ele novamente diz que não era bem assim, com meias palavras, ambiguidades que seguem atendendo a todos os grupos que deseja. Seguem então esses números todos orbitando em torno de uma figura (não só dele, sim, sabemos, mas veja as manchetes dizendo que a bolsa dispara depois da fala de Bolsonaro para estabelecer essa conexão) que não se arrepende de nada do que diz, ou você acha mesmo que alguém que insiste em promover o autogolpe, acusa instituições e promove o “a culpa não é minha e a verdade só eu sei” está interessado em recuar, em mudar seus discursos, em promover algo mais além de ataque e medo?

Além disso, enquanto a bolsa bate palmilhas para ele com sua disparada, as fakenews de WhatsApp seguem a todo vapor, fomentando ideias absurdas, como de um tal estado de sítio que não há, com teorias da conspiração recheadas de medo e perseguição a quem, na verdade, persegue.

Neste vídeo eu falo justamente sobre as estratégias de Bolsonaro de negar o que já disse antes, estratégia corrente do presidente.

Corrupção? Não importa. Incompetência? Não importa. Para a turma que ainda o acompanha, é este universo paralelo das histórias contadas de outro jeito que importa. E um abraço no Queiroz, pra guardar pra posteridade da história (da lata de lixo, mas enfim, isso é conversa pra outro dia).

E a gente, a gente cata ficha. Mas Bolsonaro, esse não recua.